segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os livros da Elisa

Deixei na Sala de Leitura alguns livros muitos significativos para mim. Assim como a Carol, e acho que como a maioria das pessoas, tenho um grande apego a eles. Mas a graça do Clube está aí: dividir com alguém algo que tem valor para você.

Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, é um livro de linguagem difícil, mas incrivelmente bela. Depois que você se acostuma com o ritmo, fica difícil largar. Todo o clima de sertão descrito com tanta poesia, e frases que são inesquecíveis: “Viver é muito perigoso.”

Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, é um tapa. Intenso do começo ao fim. Vale à pena ver o filme também, que segue fiel à densidade. Esse ficou todo grifado, porque tem frases muito marcantes.

Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, pouco tenho a dizer. Fica só a pergunta: como alguém consegue ter ideias tão impressionantes? Outro que virou filme e também é excelente. Assim como O animal agonizante, de Philip Roth, que foi para o cinema com o nome de Fatal. Maravilhoso.

Infiel, de Mirian Goldenberg, e Demônio do meio-dia, de Andrew Solomon são estudos sobre temas que me interessam sempre: as relações e a depressão. Li em momentos especiais da minha vida e acho que foram muito úteis.

O casamento, de Nelson Rodrigues, que incomodou a família brasileira quando foi lançado, ainda nos dias de hoje tem muito para perturbar a moral e os bons costumes. É Nelson do começo ao fim, de tirar o fôlego.

Cem anos de solidão, de García Márquez, foi um livro que me impressionou. Tanta história, tantos personagens, e sempre que chove lembro-me de Macondo.

Terminei recentemente A outra vida de Catherine M. É um dos livros que estavam em votação. Gostaria muito de conversar sobre ele, é o tipo de livro feito pra criar polêmica.

Deixei à disposição A montanha mágica, de Thomas Mann. Confesso que comprei porque entrei na onda de ler os clássicos. É grande, difícil de segurar, são mais de novecentas páginas e uma história pra lá de arrastada. Mas é um clássico.

Por ser redatora publicitária, deixei também três livros o João Anzanello Carrascoza, e um de poemas da Viviane Mosé, Desato, que passei a usar quando dava aula.

Boa leitura.

Elisa Quadros

Os livros da Carol

Carol Scolforo, jornalista e sócia do Clube, já deixou seus livros na Sala de Leitura da Bauhaus. A seguir, o que cada livro representa pra ela. Ah, caso queira pegar um para ler, um aviso: ela morre de ciúmes deles. Portanto, cuidado e boa leitura.

"Nessa seleção, busquei colocar os títulos que podem ser lidos mais rapidamente. Sei que pouca gente lê hoje em dia por falta de tempo. O maior da coleção que está aí é o título Memórias, Sonhos e Reflexões, de Jung, e talvez seja o mais denso e difícil de ler. Mas pelo menos alguns trechos são muuito válidos.

É difícil listar um preferido. Mas Agatha Christie, pra mim, é uma das melhores, sempre. Já somos íntimas, acredito muito nisso. Por isso, não perca tempo e leia as curtas historinhas de Três Ratos Cegos.

Quer um livro para entender o momento superficial em que vivemos? Zygmunt Bauman, filósofo polonês, fala muito bem sobre isso em Amor Líquido. Está até grifado, de tanto concordar com ele. O cara escreve muito.

Mas, se você prefere crônicas contemporâneas e bem observadas, Martha Medeiros, escritora do momento, te dá várias dicas em Topless. Rápido, prático e gostoso de ler.

A melhor escritora brasileira, pra mim, é Clarice Lispector. Então, três livros rápidos e deliciosos pra você passear os olhos. Especialmente A Hora da Estrela é fundamental. Um clássico, que se lê em uma horinha.

Ah, e o “Como falar dos livros que não lemos?” já deve ter te intrigado pelo título. Afinal, vai me dizer que você nunca ficou sem graça por não ter lido a Divina Comédia? Pierre Bayard, o autor, diz como fazer isso sem ser um arrogante sabe-tudo. Mas ensina a sintetizar, para quem precisa ler muito em pouco tempo. Alguém aí disse “eu!”?

Divirta-se.

Carol Scolforo"

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O primeiro encontro - 12 de setembro

Para abrir os trabalhos e inaugurar o Clube, as sugestões de livros pegam carona na última edição da FLIP:

1) A outra vida de Catherine M., de Catherine Millet.

2) O filho eterno, de Cristovão Tezza.

3) Dezembros selvagens, Edna O'Brien (que movimentou a Flip ao falar mal de Chico Buarque).

Faça sua escolha deixando um comentário até 1/9. Os livros têm até 300 páginas, e temos um bom feriado para ler com calma.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A casa

Uma verdadeira aula de arquitetura: uma casa colonial, em Jardim da Penha. São 460 m², distribuídos entre auditório para cerca de 60 pessoas, salas de aula, salas para atividades culturais (reuniões, grupos de estudo, pequenos cursos), salão com decoração inspirado nos antigos ambientes de saraus, espaço para pequenas exposições, café e varanda.

A Bauhaus também dispõe de todos os equipamentos necessários para eventos, cursos e reuniões: datashow, notebook/computador, retroprojetor, DVD player, TV e vídeo cassete, quadro branco, além de serviços de coffee-break.

"Nos dias de hoje discutir algo que não tenha nada a ver com o trabalho pode se revelar um novo prazer para todos aqueles que descobriram que vida, sociabilidade e satisfação vão além do destaque profissional, do corpo definido e da badalação noturna." Fabiola Paulsen

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Abrindo

Vitória não tem boas livrarias. Porque entenda, livraria, para quem gosta de ler, é um santuário. E precisa ter uns braços grandes e acolhedores.

Ok, poderiam até ser aquelas megastores, no estilo Saraiva ou Cultura. Mas precisa ter gente que ame livros. E isso não vemos muito nas livrarias que existem por aqui.

Por tudo isso, o Clube

A Bauhaus tem varanda, jardim e sacada. E sofás macios e enormes. Música de boa qualidade. Um café delicioso. Tortas divinas. E uma sala com estante de livros que poderiam estar na nossa casa. E, porque não, levar os nossos livros para morarem um pouco por lá? Voilà, temos um clube.

Ilustração:
itoshige.com